Dr Michell Mariotti Machado

Fratura do Úmero Proximal: o que você precisa saber

A fratura da extremidade proximal do úmero (ombro) é bastante comum, sendo que os idosos são o principal público acometido. A frequência em pacientes de mais idade deve-se ao fato de que ela está relacionada com a osteoporose, doença que torna o osso mais frágil. 

Ainda assim, a fratura do úmero proximal também pode ser vista em jovens, podendo ser causados por traumas de alta energia, como em acidentes de trânsito. 

O úmero proximal possui quatro segmentos anatômicos que podem ser fraturados: o tubérculo maior, o tubérculo menor, a cabeça umeral e a diáfise do úmero. Quando não tratadas corretamente, algumas dessas lesões podem ser extremamente incapacitantes, exigindo condutas cirúrgicas e bons profissionais.

INDICAÇÕES DE TRATAMENTO

Após confirmar o diagnóstico, o tratamento, na maioria dos casos, é feito de modo conservador, ou seja, não cirúrgico, pois as fraturas sem desvio ou fraturas que apresentam um desvio dentro do aceitável podem ter uma boa consolidação e evoluir com uma boa função do ombro não requerindo condutas invasivas.

O tratamento cirúrgico só é indicado quando o desvio da fratura é inaceitável, tendo um prognóstico ruim, ou existe luxação associada. 

O tratamento conservador consiste no uso de uma tipóia especial a fim de imobilizar a articulação associada a exercícios precoces, assim que possível, de amplitude do movimento.

1. QUAIS OS SINTOMAS DA FRATURA PROXIMAL? 

Os sintomas da fratura do úmero proximal incluem

● Dor local; 

● Crepitação; 

● Inchaço; 

● Hematoma; 

● Incapacidade funcional do ombro.

2. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? 

Embora os sintomas da fratura do úmero proximal sejam bastante característicos, uma avaliação radiográfica do ombro é fundamental para confirmar o diagnóstico. 

Ele deve ser feito em diversas posições para avaliar não apenas a existência de uma fratura, mas também se há desvio entre os fragmentos. 

Em alguns casos é necessário uma tomografia computadorizada adicional para melhor avaliar o tipo de fratura e a posição dos fragmentos.

3. QUAL O OBJETIVO DO TRATAMENTO CIRÚRGICO? 

O tratamento cirúrgico visa corrigir a deformidade e manter os fragmentos na posição adequada através do uso de implantes, sendo placas e parafusos os mais usados.

4. QUANDO É NECESSÁRIO COLOCAR UMA PRÓTESE PARA CORRIGIR O PROBLEMA? 

A prótese (artroplastia) é necessária somente em casos mais graves em que é impossível fazer a reconstrução do arcabouço ósseo ou naqueles em que a chance de o osso não sobreviver é alta devido à complexidade da lesão dos vasos que nutrem os ossos.

5. QUAIS AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA? 

Assim como todo procedimento cirúrgico, existem riscos associados à cirurgia para a correção da fratura do úmero proximal. 

As mais importantes são

● Perda de movimento ou rigidez; 

● Não-consolidação da fratura ou consolidação em posição inadequada; 

● Osteonecrose, quando uma parte do osso deixa de receber sangue devido a lesão provocada pela fratura.