Luxação Aguda do Ombro
A luxação aguda do ombro é uma lesão que ocorre quando o úmero (osso do braço) se desloca da cavidade glenoidal (parte da escápula), resultando em uma desconexão dolorosa e incapacitante.
Sintomas
Os sintomas de uma luxação aguda do ombro são imediatos e notáveis:
- Dor Intensa: Uma sensação aguda e penetrante, frequentemente insuportável.
- Deformidade Visível: O ombro pode parecer distorcido ou fora de posição.
- Incapacidade de Movimentar o Ombro: Uma limitação significativa na mobilidade, acompanhada de dor intensa ao tentar movimentar o braço.
- Inchaço e Hematomas: Sinais visíveis de trauma na área afetada.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado através de:
- Exame Físico: Avaliação cuidadosa para confirmar a suspeita de luxação e para avaliar a extensão do dano.
- Exames de Imagem: Radiografias são essenciais para visualizar a extensão da luxação e verificar a presença de fraturas associadas.
Tratamento
O tratamento para a luxação aguda do ombro inclui:
- Redução da Luxação: Um procedimento médico para realinhar o ombro no lugar, frequentemente seguido por um alívio imediato da dor intensa.
- Imobilização: Uso de tipoia ou outro dispositivo para manter o ombro estável e minimizar o movimento durante a fase inicial de cicatrização.
- Medicação: Prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios para controlar a dor e a inflamação.
- Fisioterapia: Exercícios terapêuticos iniciados após a fase inicial de cicatrização para restaurar a amplitude de movimento, fortalecer os músculos e prevenir futuras luxações.
Instabilidade Recorrente do Ombro
A instabilidade recorrente do ombro refere-se à tendência do ombro de se deslocar repetidamente, o que pode ocorrer após uma única luxação. Essa condição pode levar a um ciclo de deslocamentos e instabilidade contínua.
Sintomas
Os sintomas incluem:
- Deslocamentos Frequentes: O ombro pode deslocar-se repetidamente, muitas vezes com movimentos específicos.
- Dor e Insegurança no Ombro: Uma sensação persistente de que o ombro pode sair do lugar a qualquer momento.
- Perda de Força: Uma diminuição na força do ombro, especialmente ao realizar movimentos de elevação ou rotação.
Diagnóstico
O diagnóstico da instabilidade recorrente do ombro é feito através de:
- Histórico Médico Detalhado: Discussão sobre a frequência, intensidade e circunstâncias dos deslocamentos.
- Exame Físico: Avaliação cuidadosa da estabilidade do ombro.
- Exames de Imagem: Radiografias para avaliar danos estruturais e ressonância magnética para uma análise mais detalhada dos tecidos moles.
Tipos de Instabilidade
Existem vários tipos de instabilidade do ombro, incluindo:
- Instabilidade Anterior: Onde o deslocamento ocorre para a frente do ombro.
- Instabilidade Posterior: Com deslocamento para trás do ombro.
- Instabilidade Multidirecional: Quando o ombro é instável em várias direções.
Tratamento Não-Cirúrgico
O tratamento não-cirúrgico foca em:
- Fisioterapia: Um programa de exercícios direcionado para fortalecer os músculos do manguito rotador e os estabilizadores do ombro, aumentando a estabilidade e prevenindo futuros deslocamentos.
Tratamento Cirúrgico
Quando os tratamentos não-cirúrgicos não são suficientes, as opções cirúrgicas podem ser consideradas, divididas em procedimentos abertos e fechados (videoartroscopia)
Procedimentos Abertos
- Reparo de Bankart Aberto: Utilizado para instabilidade anterior.
- Procedimentos de Latarjet: Indicados em casos de perda óssea significativa.
- Capsulorrafia Aberta: Para instabilidade multidirecional ou falha de procedimentos menos invasivos.
Procedimentos Fechados (Videoartroscopia)
- Reparo de Bankart Artroscópico: Para instabilidade anterior sem lesões ósseas significativas.
- Artroscopia para Instabilidade Posterior: Em casos selecionados de instabilidade posterior.
- Procedimentos Artroscópicos para Instabilidade Multidirecional: Técnicas minimamente invasivas.
Conclusão
O tratamento da luxação e instabilidade do ombro varia de acordo com a gravidade e o tipo de instabilidade. A escolha entre tratamentos não-cirúrgicos e cirúrgicos depende da resposta individual a tratamentos anteriores e das preferências do paciente e do cirurgião. A fisioterapia é um componente crucial em todos os casos. Consultar um médico especialista é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.